http://www.acordacultura.org.br/
A Cor da Cultura é um projeto educativo de valorização da cultura afro-brasileira,
fruto de uma parceria entre o Canal Futura, a Petrobras, o Cidan – Centro de
Informação e Documentação do Artista Negro, a TV Globo e a Seppir – Secretaria
especial de políticas de promoção da igualdade racial. O projeto teve seu início em
2004 e, desde então, tem realizado produtos audiovisuais, ações culturais e coletivas
que visam práticas positivas, valorizando a história deste segmento sob um ponto de
vista afirmativo.
“O povo negro entendeu que o grande vencedor
Se ergue além da dor
Tudo chegou sobrevivente num navio
Quem descobriu o Brasil?
Foi o negro que viu a crueldade bem de frente
E ainda produziu milagres de fé no Extremo Ocidente.”
A QUESTÃO RACIAL NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
Atualmente, o debate sobre as relações étnicas e raciais não ocorre apenas no
Brasil. Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2004, os quase 200
países do mundo possuem em torno de 500 grupos étnicos, sendo que
apenas 30 países não têm uma minoria étnica e religiosa que constitua pelo
menos 10% da população. Estima-se que quase 900 milhões de pessoas – um
sétimo da população mundial – fazem parte de algum grupo discriminado
em seus próprios países. O mesmo relatório apontou que, desse número, cerca de
518 milhões sofrem algum tipo de discriminação e/ou segregação sistemática
derivada de motivos religiosos, raciais ou étnicos. Por outro lado, os
movimentos migratórios atualmente em ascensão em todo o mundo, bem
como o avanço do processo de globalização econômica, financeira e cultural,
vêm promovendo experiências de interpenetração de culturas.
Uma outra música será evocada para enriquecer o trabalho de professores e
professoras pesquisadoras: Ao Povo em Forma de Arte, escrita em 1978, por
Wilson Moreira e Nei Lopes, para a Escola de Samba Quilombo, do Rio de
Janeiro. Essa canção, para nós, é como um farol – ilumina vários caminhos
que, embora destacados no singular, são plurais:
“(...) Há mais de quarenta mil anos atrás
A arte negra já resplandecia
Mais tarde a Etiópia milenar
Sua cultura até o Egito estendia
Daí o legendário mundo grego
A todo negro de ‘etíope’ chamou
Depois vieram reinos suntuosos
De nível cultural superior
Que hoje são lembranças de um passado
Que a força da ambição exterminou
Em toda a cultura nacional
Na arte e até mesmo na ciência
O modo africano de viver
Exerceu grande influência
E o negro brasileiro
Apesar de tempos infelizes
Lutou, viveu, morreu e se integrou
Sem abandonar suas raízes.
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