sexta-feira, fevereiro 19, 2010

FAZENDA DOURADINHA- REDENÇÃO CEARÁ

SENZALA
CASA GRANDE

História da escravidão é preservada em museu
A história da escravidão no Ceará e o pioneirismo de Redenção em libertar os escravos são lembrados no Museu Senzala do Negro Liberto
Rita Célia Faheina - Enviada a Redenção
Era 1º de janeiro de 1883. Naquele dia chegavam à então Vila Acarape, abolicionistas como Liberato Barroso, Antônio Tibúrcio, Justiniano de Serpa, José do Patrocínio, João Cordeiro para assistir à alforria de 116 escravos do lugarejo. A partir daquele ato, em frente à igreja matriz da localidade, não haveria mais escravos ali e a vila ganhou o nome de Redenção, pioneira em dar fim à escravidão no País. A história é contada para os visitantes do Museu Senzala do Negro Liberto, que fica no sítio Livramento, em Redenção, a 60 quilômetros de Fortaleza. Na área, encontram-se a original casa grande dos senhores do engenho, a senzala, o canavial e o antigo maquinário de fabricar a cachaça Douradinha.


Nos pequenos e escuros cubículos da senzala viviam cerca de 100 escravos. Eles eram obrigados a entrar ali às 18 horas e sair às 6 horas. Dormiam no chão, em cima de esteiras de palha. Em cada cômodo, encontram-se os instrumentos de tortura, como as correntes, algemas e gargalheiras. Essas últimas serviam para prender o escravo na parede pelo pescoço. Tinha até para criança e adolescente. ''Eles passavam menos tempo no castigo, mas era como se fosse para mostrar-lhes o que passariam quando fossem adultos'', acrescenta o guia.
Até barulho, conversas eram motivos para eles serem castigados. Muitos ficavam à noite presos em algemas nas paredes, de braços para cima. Na senzala, também foi conservado o tronco onde os negros ficavam imobilizados e apanhavam com chicotes que tinham lâminas de ferro. ''Quando algum tentava fugir, ficava no tronco durante nove noites, quando era chicoteado e depois recebia um banho de água e sal'', diz Paulo Henrique. Ainda na senzala, ele abre uma porta de ferro, sem qualquer abertura, e mostra o quarto escuro onde ''os escravos rebeldes'' ficavam. Mal consegue comportar uma pessoa adulta.
Outro tipo de castigo eram as algemas usadas pelo feitor (administrador da fazenda) para prender os escravos na parede. Eles ficavam de braços para cima, e muitos com os pés sem encostar no chão. ''Tinham muita dificuldade para respirar nessa posição'', completa o guia turístico. A passagem interna da senzala para a casa grande era por dentro do banheiro do senhor do engenho. Era uma porta forte e estreita e paredes muito largas para que os escravos não invadissem o casarão. Na sala da mucama - escrava jovem que era escolhida para auxiliar nos serviços caseiros -, tinha um janelão onde o senhor do engenho apontava a escolhida e uma porta por onde as preferidas entravam para a casa grande.






7 comentários:

Unknown disse...

CORREÇÃO: GUIA DE TURISMO
GUIA TURÍSTICO É O PAPEL ONDE TEM OS LUGARES A SEREM VISITADOS DURANTE A VIAGEM.
SÓ TO CORRIGINDO,POR QUE FICO FURIOSA QUANDO ME CHAMAM DE GUIA TURÍSTICO.
RSRS
BEIJINHOOS,FICA COM DEUS.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Adorei o que li neste documentário sobre a escravidão em Redenção. Sou uma apaixonada pelo assunto, me emociono ao ler as informações, e não foi diferente ao ler essas. Obrigada,Lenilda Machado- Rio Bonito RJ.

Unknown disse...

Oi,

queria muito ir à Redenção e visitar essa fazenda?! Como a senhora fez?! foi de ônibus ou de carro?!

Beeijo!

VOCÊ SABIA? disse...

SOU FILHO DE REDENÇÃO E MORO NA BAHIA. TRABALHEI NO ENGENHO DA AGUARDENTE DOURADINHA EM 1964/65.
FIQUEI FELIZ QUE TENHA SE TORNADO UM MUSEU DA ESCRAVATURA. REDENÇÃO SENDO A PIONEIRA DA ABOLIÇÃO, MERECIA ESSE MUSEU.
REALMENTE REDENÇÃO É MUITO BEM AGRACIADA COM O COGNOME DE
"ROSAL DE LIBERDADE"

José Milhome

Marcia disse...

Moro em Redencao ,o engenho ainda funciona e fabrica cachaca,e anexo do engenho na casa grande instalaram o museu.
Ana Marcia Milhome

Marcia disse...

Moro em Redencao ,o engenho ainda funciona e fabrica cachaca,e anexo do engenho na casa grande instalaram o museu.
Ana Marcia Milhome